segunda-feira, setembro 29, 2008

HOMENS E CARANGUEJOS


Homens e Caranguejos

Autor: Josue de Castro

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A maioria de vocês com certeza já ouviu falar deste livro, "Homens e Caranguejos" do Josué de Castro. Ou talvez o "Geografia da Fome", esse bem mais conhecido, sem dúvida.

Mas o motivo pelo qual escrevo sobre o primeiro, foi o acordar brusco de uma realidade tão perto de nós e que fazemos questão de ignorá-la que o texto alerta. Aos que moram neste Recife tão bonito aos olhos dos visitantes, mas alheio ao mar de miséria que seus mangues acolhem.Se a idéia de ler um livro cujo assunto central e único seja a descoberta da fome não lhe atrai, leia ao menos o prefácio que a meu ver vale o livro sem tirar uma só palavra. Aqui eu deixo um pequeno trecho dessa introdução que pra mim foi a descoberta deste livro.

"Nas terras pobres e famintas do Nordeste brasileiro, onde nasci, é hábito servir-se um pedacinho de carne seca com um prato bem cheio de farofa. O suficiente de carne — quase um nada — para dar gosto e cheiro a toda uma montanha de farofa feita de farinha de mandioca, escaldada com sal. Foi, talvez, por força deste velho hábito da minha terra que resolvi servir ao leitor deste livro muita farofa com pouca carne..."

"O tema deste livro é a história da descoberta da fome nos meus anos de infância, nos alagados da cidade de Recife, onde convivi com os afogados deste mar de miséria..."

"A impressão que eu tinha era que os habitantes dos mangues — homens e caranguejos nascidos à beira do rio — à medida que iam crescendo, iam cada vez se atolando mais na lama..."


Patricia_MegaRecife.

quinta-feira, setembro 25, 2008

A CHAVE DE SARAH


A Chave de Sarah

Autora: Tatiana de Rosnay


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Nessa nova leva de livros de guerra, uma boa pedida é A Chave de Sarah. O livro é ambientado na França de 42 e na França de 2002, e conta paralelamente a história de Sara, uma menininha que sobreviveu ao horror do holocausto, mas teve que conviver por toda a vida com seus fantasmas internos, inclusive o fato de ter trancado o irmãozinho no armário pensando se tratar apenas de uma brincadeira, quando a polícia francesa resolve deportar todos os judeus aos campos de concentração e de Julia, uma jornalista americana radicada em Paris, que é contratada para fazer uma reportagem comemorativa sobre os 60 anos do Vel d'hiv, como o fato é conhecido na França. Entre suas pesquisas, ela vai se aprofundando cada vez mais no íntimo dessa história nefasta, ao ponto de mudar a vida de todos que a rodeiam, e sua própria e a dos descendentes de Sarah.

nota: 9


Milena_Mega recife

quarta-feira, setembro 24, 2008

SAMBA MEU - DVD





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Chegou o novo DVD da cantora Maria Rita, Samba Meu, mesmo nome dado ao cd lançado em 2007. No dvd assistimos aos grandes sucessos da cantora do 1º e 2º cd's e nos deleitamos com os sambas criados para o 3º cd da carreira desta cantora, que é hoje uma das melhores do Brasil. Ainda não vi o dvd na integra, mas acredito que seja um show de primeira, não vi o dvd, mas vi o show ao vivo este ano aqui em Recife. Atenção para os detalhes dos cenários, me recordo de um pano de fundo azul com imagens sacras que me deixou por uns instantes a parte do show e esqueci que estava ali para ouvir boa música e não para admirar cenários!! Mas tudo bem, faz parte do show! É que era tudo muito bom: as músicas, os músicos, os cenários, o clima de festa, as pessoas cantando juntas as músicas, enfim!


O set list do show é ótimo! em especial canções como: Tá Perdoado, O Que É O Amor, Muito Pouco, Caminho das Águas, Pagu, Corpitcho... (tá bom, se deixar falo do set list todo!!) Já perceberam que sou fã, ? Então opinem.
Olha o cenário que falei aí! Perfeito!
Loyz_Mega Recife.

terça-feira, setembro 23, 2008

50º Prêmio Jabuti

Divulgados os vencedores do 50º Prêmio Jabuti de 2008. Vejam algumas categorias:

Melhor Livro de Romance
1º lugar - "O Filho Eterno", de Cristovão Tezza (Record)
2º lugar - "O Sol se Põe em São Paulo", de Bernardo Teixeira de Carvalho (Cia. das Letras)
3º lugar - "Antônio", de Beatriz Bracher (Editora 34)

Melhor Livro de Poesia
1º lugar - "O Outro Lado", de Ivan Junqueira (Record)
2º lugar - "O Xadrez e as Palavras", de Marcus Vinicius Teixeira Quiroga Pereira (edição do autor)
3º lugar - "Tarde", de Paulo Fernando Henriques Britto (Cia. das Letras)

Melhor Livro de Contos e Crônicas
1º lugar - "Histórias do Rio Negro", de Vera do Val (Martins Fontes)
2º lugar - "A Prenda de Seu Damaso e Outos Contos", de Jorge Eduardo Pinto Hausen (edição do autor)
3º lugar - "Fichas de Vitrola", de Jaime Prado Gouvêa (Record)

Melhor Livro de Reportagem
1º lugar - "1808", de Laurentino Gomes (Planeta do Brasil)
2º lugar - "O Massacre", de Eric Nepomuceno (Planeta do Brasil)
3º lugar - "Bar Bodega: Um Crime de Imprensa", de Carlos Dorneles (Globo)

Melhor Livro de Biografia
1º lugar - "Rubem Braga: Um Cigano Fazendeiro do Ar", de Marco Antonio de Carvalho (Globo)2º lugar - "D. Pedro II", de José Murilo de Carvalho (Cia. das Letras)
3º lugar - "O Texto ou a Vida", de Moacyr Jaime Scliar (Bertrand Brasil)


Em 2008, 2.141 obras foram analisadas pela comissão julgadora do Prêmio Jabuti. Cada uma das 20 categorias é disputada por 10 finalistas, que foram definidos no dia 28 de agosto pelos votos de 60 jurados (três para cada categoria).
O prêmio para o primeiro lugar é de R$ 3 mil.Além das 20 categorias, há os prêmios especiais de Ficção e Não-Ficção, que só serão revelados na entrega do troféu, dia 31 de outubro.
Os vencedores dos prêmios especiais recebem R$ 30 mil cada um, totalizando R$ 120 mil em prêmios.
Fonte: UOL

segunda-feira, setembro 22, 2008

VITA BREVIS




VITA BREVIS

Autor: Jostein Gaarder

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Num desses momentos diários onde é possível conhecer, conversar, trocar idéias a respeito desse vício delicioso que é a literatura, conheci a história de mais uma mulher que sacrificou sua vida por amor. Embora pareça a princípio uma simples carta, o texto é de uma sinceridade desconcertante, ainda mais no tempo, não muito distante, onde as mulheres não tinham “voz”.
Um cliente, também apaixonado por livros, cujo interesse filosófico o fez ler o livro VITA BREVIS do JOSTEIN GAARDER, apresentou-me a vida de FLÓRIA EMILIA, uma mulher primeiro apaixonada, depois decepcionada, indignada e por último descrente da vida. Essa mulher de que falo, viveu doze anos como concubina do homem que foi venerado e aclamado Santo pela nossa imponente Igreja Católica. O “exemplo” cristão, padre, bispo e depois SANTO AGOSTINHO negou-a mesmo fazendo menção a ela em algumas passagens de suas Confissões comparando-a às paixões do mundo.
Como se isso não bastasse, ao filho que os dois tiveram ele chamou de fruto do pecado.Pra mim a carta impressiona pela força dessa mulher e a covardia desse homem idolatrado por fiéis no mundo todo. Isso nos mostra o poder dessa Instituição que elege para si o direito de decidir a vida dos que acreditam nela.




Patrícia_Mega Recife.

terça-feira, setembro 16, 2008

Neto revela 13h de gravações inéditas de Agatha Christie


SELINA MILLS e ROSIE WAITES da Rádio 4 da BBC


Treze horas de gravações inéditas feitas pela escritora britânica Agatha Christie, uma das mais famosas criadoras de histórias de mistério de todos os tempos, foram divulgadas nesta segunda-feira (15), quando ela faria aniversário. As gravações em áudio, feitas há 40 anos, foram descobertas pelo neto da escritora, Matthew Prichard, em uma caixa de papelão no sótão da antiga casa de Christie na cidade de Torquay, no oeste da Inglaterra. "Não imaginava que alguém pudesse ser ressuscitado dessa forma", disse Prichard à Rádio 4 da BBC, na Grã-Bretanha. "Ela tinha alguns trejeitos, como uma tosse curta no meio da frase, que eu tinha esquecido, mas de repente tudo isso voltou." As fitas contêm memórias da escritora e foram usadas como conteúdo para sua autobiografia, publicada postumamente em 1977. Agatha Christie nasceu em 1890 e morreu em 1976. Entre seus mais de 80 romances estão "O Caso dos Dez Negrinhos", "Assassinato no Expresso do Oriente" e "Morte no Nilo".

As gravações incluem muito mais detalhes sobre alguns aspectos da vida de Christie do que a autobiografia, trazendo, por exemplo, descrições sobre como era a vida na Grã-Bretanha durante a guerra, a lua-de-mel da escritora com o segundo marido e a razão pela qual ela nunca quis que seus lendários personagens Hercule Poirot e Miss Marple se encontrassem. Christie também oferece pistas sobre como veio a criar o personagem Miss Marple, uma detetive amadora, idosa e solteira, que aparece em 12 de suas histórias. "Miss Marple se insinuou tão silenciosamente em minha vida que eu quase não notei sua chegada", disse Christie. "Uma senhora solteirona vivendo em um vilarejo, um tipo de senhora de idade que seria parecida com as amigas da minha avó".Na hora de resolver os crimes, no entanto, Miss Marple é incrivelmente astuta. Christie admite que o personagem tinha uma coisa em comum com a avó: a inteligência. "Ela tinha isso em comum com minha avó: embora fosse uma pessoa muito positiva, sempre esperava o pior das pessoas e de tudo, e com uma precisão quase assustadora, normalmente acabava acertando".

O tom das gravações é relaxado e informal, uma raridade, já que a escritora não gostava de dar entrevistas, era tímida e não gostava da atenção da imprensa. Prichard disse que sua avó era tímida e jamais teria gravado seus pensamentos se houvesse alguém presente. Há poucos registros da voz da escritora. Entre eles, uma entrevista para a BBC em 1955 e uma outra para o arquivo sonoro do Imperial War Museum, em Londres. As fitas não esclarecem um dos mais misteriosos momentos da vida de Christie - seu desaparecimento durante 12 dias após ouvir do primeiro marido, Archie, que ele queria o divórcio. Hoje, a família supõe que a escritora teve uma crise nervosa. A reação que seu desaparecimento despertou na imprensa (que, na época, lançou uma caça nacional à escritora) ajuda a explicar por que Christie viria a se tornar cada vez mais reclusa.
Fonte: Uol

MORANGOS MOFADOS



Autor: Caio Fernando Abreu


Definitivamente eu amo o Caio. Ou melhor, eu sou a encarnação do Caio! Porque nunca vi nenhum escritor tocar fundo a minha alma como o Caio. Mas enfim, vim falar de uma das suas obras-primas [que são quase todos os seus livros] Morangos Mofados. Lançado em 1982, o livro de contos é dividido em 3 partes: O mofo, Os Morangos e Morangos Mofados, nos quais o autor fala com maestria dos problemas urbanos e das desilusões que marcaram toda uma geração da década de 70/80. Apesar de se referir à essa época, seus contos continuam extremamente atuais, pois quem hoje em dia não sofre com a rotina, o tédio, a solidão, o desespero e ainda assim, a esperança de dias melhores? Pois é isso e muito mais o que o Mestre Caio Fernando Abreu nos oferece em seu livro. Vai aí uma palhinha:"Será possível plantar morangos aqui? Ou se não aqui, procurar algum lugar em outro lugar? Frescos morangos vivos e vermelhos. Eu acho que sim. Que sim. Sim."





Milena_Mega Recife

sábado, setembro 13, 2008

Aos Usuários

Caros usuários, para uma melhor visualização e orientação favor seguir a seguinte regra de cadastro: Quando forem se cadastrar para incluir um comentário façam da seguinte maneira, escreva seu nome e logo após a loja ou cidade. Ex.: Loyz_MegaRecife, Paulo_MegaMorumbi, Suzana_Curitiba... Acredito que assim ficará mais útil e claro para todos os usuários.

A LETRA ESCARLATE


Acabei de ler A Letra Escarlate do Nathaniel Hawthorne e para quem gosta de ler os "Clássicos" esse livro é uma excelente pedida. A história se passa na Nova Inglaterra [atual EUA] no período negro do puritanismo, na cidade de Salem, onde a adúltera Hester Prynne é condenada pelo seu pecado a usar pelo resto de sua vida uma letra A bordada de vermelho e ouro, na qual a sociedade poderá execrá-la publicamente.Sem cair no romantismo piegas, o autor norte-americano constrói um mundo de hipocrisia com personagens fortes que são capazes de suportar o mais vil dos sofrimentos em nome de suas convicções sentimentais e religiosas.O romance já foi adaptado para o cinema com o nome homônimo, tendo como personagens principais Demi Moore [Hester Prynne] e Gary Oldman [Reverendo Dimmesdale]. No entanto esta adaptação teve seu final modificado e a força dos personagens, tão explicita no livro, fica muito aquém no cinema.


Uma observação: o livro é bastante descritivo, então para quem não gosta de livros assim, provavelmente achará o romance tedioso.

Nota: 9
Milena_Mega Recife

quinta-feira, setembro 11, 2008

Blog Clube da Leitura Saraiva

NOTA: Esse não é um blog autorizado pela Livraria e Papelaria Saraiva S/A, e todas as opiniões expressas aqui são opiniões pessoais de quem as escreveu não expressando de forma alguma as da Livraria e Papelaria Saraiva S/A.

quarta-feira, setembro 10, 2008

Biografia !!!!



Amy Winehouse - Biografia

Autor: Chas Newkwy-Burden


Vamos com calma, a garota (ela vai fazer 25 anos esse mês) só tem 02 cd's! Que sem sombras de dúvidas são dois ótimos exemplos de qualidade musical, não resta dúvida, eu particularmente gosto mais de Back To Black. Bem, a Amy já ganhou uma biografia, não sei dizer se é autorizada, acho que uma hora dessas ela deve tá tão louca que nem sabe que já fizeram uma biografia dela. Aí eu pergunto: Já é hora de uma biografia? Acredito que não, mas como mercado é mercado, vamos vender, vamos ganhar dinheiro!! Essa biografia deve contar o início de sua carreira, sua infância, até aí tudo bem, mas deve vasculhar mesmo é a vida pessoal da Amy. Esta sim, deve ter muita coisa pra contar, cheia de altos e baixos, deve estar repleta de fatos que vão nos deixar estupefatos. Vai ser um prato cheio para aqueles que adoram ver o outro se acabando. Independente dessa biografia valer a pena ou não, a cantora Amy Winehouse já é um mito no cenário musical, com suas letras e canções que dão prazer em ouvir, com seu ar debochado de ser, isso é o que mais me encanta nessa artista. Vamos conferir esta biografia e ver no que vai dar.

Loyz_Mega Recife

sexta-feira, setembro 05, 2008

Balzac e a Costureirinha Chinesa



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Autor: Dai Sijie


Nunca se falou tanto da China como neste ano. E pudera? mas eu não tô aqui pra falar de olimpíadas, afinal melhor nem comentar... Vamos falar de Literatura e das boas! Acabei de dar o último suspiro com BALZAC E A COSTUREIRINHA CHINESA de Dai Sijie. Talvez vocês não participem da mesma opinião e isso é bom, assim poderemos discutí-lo. Mais tem uma coisa neste livro que o faz merecer certa atenção. Pra quem não domina o que foi a revolução cultural na China, este livro mostra o seu auge numa época em que as universidades foram fechadas, livros proibidos e os jovens "intelectuais" eram mandados para campos de "reeducação". E como se isso não bastasse, ele nos da uma lição de como a literatura pode mudar, salvar e da esperança a uma vida.


Patrícia Santos_Mega Recife


Diria que Daí Sijie soube mostrar com maestria em seu livro BALZAC E A COSTUREIRINHA CHINESA que mesmo diante das adversidades que a vida nos impõe, que a esperança é um sentimento que nunca devemos perder. A esperança de dias melhores, de um amor que nos faz cometer atos impensados, que por ele podemos sonhar e querer algo mais da vida. O amor se mostra como um ato de coragem, por um amor somos capazes de irmos além do que nos permitem, mesmo que seja à surdina, temendo o pior. O livro conta a história de dois jovens chineses que são mandados para um centro de “reeducação” e lá conhecem a mais bela de todas as moças da região, a tal costureirinha. Num período de repressão onde quase tudo era proibido, os dois jovens descobrem uma valise de couro repleta de livros “proibidos”, livros de Balzac, Dumas, Dostoievski, Baudelaire e tantos outros, nestes livros os jovens conhecem um mundo que não os pertence mas que pela força do pensamento se torna vivo. Decidem contar as histórias para uma bela camponesa que começa a sonhar com um mundo diferente do seu, é o poder da palavra, da literatura, das idéias que faz nascer pessoas diferentes seja para o bem ou para o mal.
O livro é poético e nos faz querer sempre mais, é uma história que não tem fim, que pena chega o momento de ler a última linha e ficamos com gostinho de “quero mais” aí cabe a nós, colocarmos nossa imaginação a pleno vapor para continuar essa bela história de sobrevivência. O que será que aconteceu com eles depois? Como a esperança e o amor são o que rege essa história, penso no melhor.
“... o primeiro dos quatro volumes de Jean-Cristophe. Como se trata da vida de um músico, e como também eu era capaz de tocar ao violino peças tais como Mozart pensa em Mao, desejei folheá-lo como quem flerta levianamente, tanto mais que havia sido traduzido por Fu Lei, o mesmo tradutor de Balzac. No entanto, assim que o abri, encantei-me. De costume preferia livros de contos que apresentam histórias bem amarradas, cheia de idéias brilhantes, às vezes engraçadas ou de tirar o fôlego; histórias que nos acompanham por toda a vida. Sempre desconfiei dos romances longos, com raras exceções. Mas Jean-Christophe, com aquele individualismo irredutível , sem nenhuma mesquinharia, foi uma revelação edificante. Sem ele, nunca teria conseguido compreender o esplendor e a amplitude do individualismo. Até aquele encontro roubado com Jean-Christophe, minha pobre cabeça educada e reeducada simplesmente ignorava que se pudesse lutar sozinho contra o mundo inteiro. O flerte se transformou em grande amor. Até mesmo a ênfase excessiva à qual o autor havia sucumbido não me parecia nociva à beleza da obra. Sentia-me literalmente devorado pelo fluxo poderoso de centenas de páginas. Para mim, era o livro sonhado: ao término da leitura, nem a maldita vida nem o maldito mundo poderiam ser como antes.” Nesse trecho Daí Sijie se refere a Romain Rolland escritor francês e sua obra Jean-Christophe.
Daí Sijie é um escritor chinês vindo de uma família de classe média e foi enviado a um campo de reeducação rural entre 1971 e 1974. Em 1984 ganhou uma bolsa de estudos na França. O livro é baseado em suas experiências no campo de trabalhos forçados.
Loyz_MegaRecife.

terça-feira, setembro 02, 2008

CRIANÇA 44


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Autor: Tom Rob Smith


O livro narra a história de um agente policial da Rússia no período stalinista. O agente Liev é um respeitado oficial do estado e um herói de guerra, num período em que o estado mandava no destino de seus cidadãos e a fome era um grave problema, principalmente no inverno, não era novidade o sumiço de pequenos animais de estimação como: gatos e cachorros, certamente estariam na panela de algum vizinho. O livro é bem escrito e tem uma história bem interessante. É o primeiro livro do escritor Tom Rob Smith, foi elogiado pela crítica e já teve seus direitos comprados para o cinema, vai ser um bom filme de suspense e espionagem, isso se o diretor souber contar a história. O título Criança 44 de início nos faz pensar que toda a história se faz em cima de um único crime, o que não é! Na verdade são vários crimes que leva Liev a investigar esse crime em especial, um crime que para o Estado já está resolvido e enterrado. No entanto, fatos fazem com que o agente Liev comece uma investigação por conta própria colocando em risco sua vida e de sua família. A história tem momentos de tensão e adrenalina, algumas passagens são difíceis de se imaginar, não por ser inimaginável, mas por ter supostamente acontecido de verdade na vida de alguns cidadãos soviéticos. Como todo jovem a gente tem aquela imagem de revolucionário, de querer mudar o mundo, de lutar contra a exploração do proletariado, aquele ódio do capitalismo selvagem, mas até que ponto o socialismo ou o comunismo é melhor ou pior que o sistema capitalista? Criticamos a época da ditadura militar em nosso país, e temos que criticar mesmo! Ocorre que do outro lado, a extrema esquerda, cometia barbaridades tanto quanto nossos militares da extrema direita. O fato é que para civis, a vida não era nada fácil. Acredito que para os soviéticos era ainda mais complicado, segundo o autor, um dos jargões de Stalin seria “Confie e confira” ou seja, a desconfiança existia em todos os setores da sociedade russa. Imagina viver num lugar onde ninguém confia em ninguém? Pensar que o seu vizinho é um espião do governo infiltrado para descobrir ações anti-revolucionárias! Onde qualquer atitude suspeita o levaria para uma prisão, onde você seria torturado e obrigado a confessar coisas que você não fez!! Assim diz o autor, que se você fosse levado a uma prisão por algum motivo certamente você não sairia de lá, pois o Estado não admitia ter se enganado, O sistema era infalível! “O sistema não permitia divergências ou admissão de falhas. A suposta eficiência era muito mais importante do que a verdade.” ( Criança 44 – Tom Rob Smith. Pág.:206.)
Recomendo a leitura

Nota: 9